Guilherme Geib
Agosto Branco: um alerta para a prevenção do câncer de pulmão
Guilherme Geib
Médico oncologista do Hospital Moinhos de Vento e membro do Comitê Técnico de Tumores Torácicos da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica
Em todo o mundo, o câncer de pulmão é o mais incidente entre homens e o terceiro entre as mulheres. Por esta razão, campanhas de prevenção e conscientização, como o Agosto Branco, são de extrema importância, especialmente no cenário do Rio Grande do Sul, onde essa neoplasia está entre as mais prevalentes.
Como a doença está intimamente relacionada ao tabagismo, evitá-la passa, necessariamente, pela cessação do hábito de fumar, oferecendo informações e apoio ao paciente, sem discriminação ou preconceito. Para indivíduos que consumiram cigarro por muitos anos, a recomendação é que eles avaliem junto a um médico a necessidade de realizar exames de rastreamento regularmente _ medida que, em muitos casos, pode salvar vidas.
Apesar da relação com o cigarro, esse tipo de câncer também pode ocorrer em pessoas que nunca fumaram. Estudos realizados em diversos países desenvolvidos têm demonstrado uma maior proporção de não tabagistas entre os portadores desses tumores, especialmente em mulheres. Para essa população, os fatores de risco são o tabagismo passivo, poluição ambiental, história familiar da doença e contato com algumas substâncias químicas.
Os sintomas de alerta incluem tosse persistente ou progressiva, sobretudo se seguida de sangue, dor torácica persistente não associada a traumas, falta de ar ou dificuldade para respirar, perda de peso inexplicada e não intencional. Na presença de qualquer um deles, uma avaliação médica deve ser realizada, inclusive naqueles sem histórico de fumo.
O tratamento do câncer de pulmão é multidisciplinar e tem avançado muito nos últimos anos. Cirurgia, radioterapia, quimioterapia e terapia-alvo estão entre as principais armas utilizadas no enfrentamento da doença. Além disso, métodos de imagem avançados e avaliações moleculares do tumor são práticas que têm se tornado cada vez mais comuns no manejo dos pacientes.
Hoje, menos de 15% dos casos desse tipo de câncer no Brasil são diagnosticados nas fases iniciais, quando a chance de cura é muito maior. Com engajamento e conscientização do Agosto Branco, vamos mudar essa realidade.
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